quarta-feira, 2 de novembro de 2011



Oi.

:)

Desculpa a minha falta de jeito, é que depois de tanto tempo confesso que fico um pouco sem graça pra falar.

Estou te escrevendo para dizer que eu tenho mentido pra você. É, desde o primeiro conflito, desde aquele seu sumiço que nada a tinha a ver comigo.

...

A verdade é que não sei de onde eu tirei que somos incompatíveis.

Eu gosto de sertanejo e você adora música eletrônica, é verdade, mas naquele dia em que tocou Simon Webbe no rádio enquanto estávamos juntos, nos olhamos e sorrimos um pro outro e não foi preciso mais nada pra provar a nossa sintonia.

Bebo cerveja na balada, você toma vodka com energético, eu sei, mas já degustamos um vinho em uma “reunião de pazes” com camarão e blábláblá e os dois pareceram gostar.

Você prefere chocolate preto e eu adoro o branco, não posso negar, mas já dividimos uma barrinha meio a meio e foi um dos melhores chocolates que eu já comi em uma das ocasiões mais gostosas e divertidas que eu já vivi.

Pareço um passarinho e você é uma avelã, é fato, mas há anos as avelãs são o combustível de alguns passarinhos e lhes dão energia pra voar. E você sabe, é só eu te encontrar que fico toda boba-alegre.

Você adora ir pra Santa Catarina nos feriados e eu não sou muito de Garopaba, confesso, mas nós inventamos um destino perfeito chamado Ondonésia para passarmos noites muito e bem dormidas. Eu acordaria contigo lá (e em qualquer outro lugar).

Teimo que a gente não se encaixa, você concorda que somos diferentes, o que é evidente, mas é só olhar os nossos corpos no espelho que, como peças de Lego, eles logo nos desmentem.

Tá na cara que a gente se entende.

Você diz A, eu interpreto B, não dá pra negar, mas quando estamos juntos os cheiros e os beijos falam por nós e nenhum se atreve a discordar. Nossos sorrisos falam a mesma língua.

Eu não gosto muito de peixe cru e você é fã de comida japonesa, sem sombra de dúvida, mas já almoçamos sanduíche e Coca-Cola no banco da praça batendo papo-furado sem nem olhar pro relógio. O tempo perde totalmente o sentido quando estou contigo.

E se quer mesmo saber, eu nunca te trocaria por um cara pançudinho, que bebesse cerveja e fosse a um sertanejo comigo simplesmente porque, apesar de todas as nossas “incompatibilidades”, é de ti que eu gosto, mesmo com essa nova mania de ir a micaretas do Chiclete com Banana e apesar de tomar Jack 3D.

Sei lá, andei pensando sobre nós. Desconfio que, de tanto repetir essa história de incompatibilidade – por falta de cara-de-pau de admitir que encontrei alguém que é exatamente o meu número mesmo não tendo nada a ver comigo – acabei te convencendo disso.

Eu queria mesmo que você sempre acreditasse em mim assim, pra que eu pudesse te propor uma coisa...

Amigos?

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